Campo Semântico
Campo Semântico é o novo livro de poesia de Augusto Quenard.
A aduana entre língua e linguagem.
Augusto Quenard decidiu partir da própria terra. A passagem parafrástica por muitas fronteiras empíricas e imagéticas é acompanhada de um rumor, de uma sombra gaiata com que sua linguagem tem de se haver a todo instante. Cada poema, isto é, cada lance de transposição de estilo entre lugares e tempos, produz uma floração sígnica a descerrar outro vivente. Talvez soe teatral afirmar que alguns poetas são filhos nativos da poesia, ou melhor, que são filhos nativos de um compósito de tradições poéticas experimentadas no curso de escolhas e expurgos pessoais; mesmo assim quero afirmá-lo. As línguas maternas de que são falantes e que, eventualmente, também se lavam delas na voz de filhos nascidos na outra banda da fronteira, conferem a esses poetas os biografemas acessórios (porém não irrelevantes) a sua agência formal enquanto designers de linguagem. Pois não há uma relação de causa e efeito entre o idioma materno e um poema. Com toda razão, Décio Pignatari escreve que poesia não é bem uma questão de língua, mas de linguagem. Não se traduz a língua na qual o poema é grafado; traduz-se, sim, suas formas, seus ritmos, sua estrutura estético-significante. E é assim que, com alegria, enfrento os poemas de Campo semântico de Augusto Quenard, um poeta crítico que, no entanto, não sucumbe ao modelo do virtuosismo erudito ou pó de arroz.
Ronald Augusto
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